Colisão entre partículas
Considerando um modelo simples de gás ideal, não há força atuando sob as partículas, então a interação que ocorre entre as partículas se dá apenas por meio de colisões. Assim é necessário calcular a variação na velocidade de cada partícula após a colisão. Começando em uma dimensão, precisamos garantir a conservação do momento:
E da energia cinética:
Colocando o referencial de forma que
, então as velocidades no novo referencial podem ser escritas como
, de forma que da conservação do momento ficamos com:
Elevando ao quadrado:
Substituindo na equação de conservação de energia, podemos encontrar
:
Calculando as raízes do segundo grau, temos:
E como uma solução é
, mas queremos a situação em que
, logo:
Substituindo em
(1), temos:
Ou seja:
Retornando ao referencial original, sendo
, temos então para
:
E de maneira análoga para
:
Um caso especial ocorre se
então temos simplesmente:
Em duas dimensões, podemos reduzir o problema a uma dimensão, considerando que toda a alteração na velocidade devido a colisão entre partículas ocorre apenas na componente paralela a reta que liga o centro das duas esferas. Considerando que a posição de cada partícula é dada por
, então um vetor entre as partículas pode ser escrito como
. Podemos projetar ambas as velocidades então fazendo:
Obtemos o módulo da velocidade da partícula
na direção
e podemos trabalhar em uma única dimensão para encontrarmos a velocidade de ambas partículas após a colisão nesta dimensão. Ao fim podemos decompor novamente a velocidade final
em ambos os eixos mantendo a mesma direção utilizando
, onde
é a diferença entre a posição das partículas
e
na componente
.
Além disso vale lembrar que há a componente da velocidade perpendicular a , que vamos denotar como . Esta componente perpendicular permanece inalterada e pode ser visualizada na figura ao lado.
Colisão entre duas partículas mostrando explicitamente os vetores relacionados à partícula 1.
Sendo assim, a velocidade final é dada por:
Onde
é um vetor unitário que nos dá a direção entre os centros das partículas. Utilizando ad identidades:
ficamos então com:
Logo:
E uma vez que
, então
. Logo:
Ou ainda mais explícito, se fizermos
, sendo as partículas
e
, onde
, usando
(2):
Temos então que:
Todo o cálculo exibido foi para uma partícula, para a segunda partícula, o cálculo é análogo.
Código