DM de potenciais descontínuos: mudanças entre as edições
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Dinâmica molecular de potenciais descontínuos é uma abordagem computacional utilizada para determinar o movimento de partículas duras que só interagem por forças de contato. Assim, fica evidente a diferença entre o potencial Lennard-Jones pois este se baseia em uma interação de curto alcance, como é mostrado em [[DM: um primeiro programa]]. Para entender como as colisões ocorrem, conhecer a forma do potencial a ser estudado é vital. Como estamos considerando corpos rígidos, ou seja, que não sofrem deformação, percebe-se que a força de contato entre as partículas será infinita e o tempo de interação zero, o que torna impossível a descrição do problema a partir de uma integração de movimento simples. O método utilizado, a ser explicitado aqui, que resolve este problema é o evento dirigido. | Dinâmica molecular de potenciais descontínuos é uma abordagem computacional utilizada para determinar o movimento de partículas duras que só interagem por forças de contato. Assim, fica evidente a diferença entre o potencial Lennard-Jones pois este se baseia em uma interação de curto alcance, como é mostrado em [[DM: um primeiro programa]]. Para entender como as colisões ocorrem, conhecer a forma do potencial a ser estudado é vital. Como estamos considerando corpos rígidos, ou seja, que não sofrem deformação, percebe-se que a força de contato entre as partículas será infinita e o tempo de interação zero, o que torna impossível a descrição do problema a partir de uma integração de movimento simples. O método utilizado, a ser explicitado aqui, que resolve este problema é o evento dirigido. | ||
==Evento dirigido== | ==Evento dirigido== | ||
A ideia do método para resolver o problema do força infinita é, ao invés de avançar o sistema em pequenos passos de tempo <math>dt</math>, avançar a simulação conforme as colisões forem ocorrendo. Para isso deve-se encontrar o par de partículas <math> | A ideia do método para resolver o problema do força infinita é, ao invés de avançar o sistema em pequenos passos de tempo <math>dt</math>, avançar a simulação conforme as colisões forem ocorrendo. Para isso deve-se encontrar o par de partículas <math>I, J</math> que colidirá no menor intervalo de tempo entre todas as partículas, denotaremos tal intervalo por <math>dt_{min}</math>, e, então, avançar o sistema. Neste ponto teremos dois objetos colados, portanto aqui deve ser feita a mudança de velocidades de tal forma a respeitar uma colisão elástica. | ||
[[File:fluxogram.png|thumb|Fluxograma de um programa simples usando o método de evento dirigido com a otimização aqui explicitada.]] | |||
===Determinação do tempo de colisão=== | ===Determinação do tempo de colisão=== | ||
Os objetos a serem usados para o cálculo do tempo de colisão entre um par de partículas <math>i, j</math> serão discos de raio <math>\sigma_i</math>, <math>\sigma_j</math>, | Os objetos a serem usados para o cálculo do tempo de colisão entre um par de partículas <math>i, j</math> serão discos de raio <math>\sigma_i</math>, <math>\sigma_j</math>, cuja soma denotamos por <math>\sigma</math>. Portanto, segue que a condição de colisão é: | ||
:<math>|r_i(t + dt_{ | :<math>|\vec{r_i}(t + dt_{ij}) - \vec{r_j}(t + dt_{ij})| = \sigma</math> | ||
Com <math>r_i</math> sendo o vetor posição da partícula <math>i</math> e <math>dt_{ | Com <math>\vec{r_i}</math> sendo o vetor posição da partícula <math>i</math> e <math>dt_{ij}</math> o tempo de colisão entre as partículas <math>i, j</math>. Tal condição nos leva a determinação de <math>dt_{ij}</math> a partir da expressão: | ||
Tal condição nos leva a determinação de <math>dt_{ | :<math> | ||
dt_{ij} = | |||
\begin{cases} | |||
\infty & \quad \text{se } d < 0 \\ | |||
\infty & \quad \text{se } \Delta r . \Delta v > 0 \\ | |||
-\frac{\Delta \vec{r} . \Delta \vec{v} + \sqrt{d}}{\Delta \vec{v} . \Delta \vec{v}} & \quad \text{nos demais casos} | |||
\end{cases} | |||
</math> | |||
Onde <math> d \equiv (\Delta \vec{r} . \Delta \vec{v})^2 - (\Delta \vec{v} . \Delta \vec{v})(\Delta \vec{r} . \Delta \vec{r} - \sigma^2) </math>, <math> \Delta \vec{r} = \vec{r_i} - \vec{r_j} </math> e <math> \Delta \vec{v} = \vec{v_i} - \vec{v_j} </math>. <br> Com isso, consegue-se determinar o valor de <math> dt_{min} </math> encontrando o menor valor de <math> dt_{ij} </math>. | |||
===Mudança de velocidade em uma colisão elástica=== | ===Mudança de velocidade em uma colisão elástica=== | ||
Para fazer a mudança de velocidades temos que considerar o caso de colisão elástica entre as partículas <math> I, J </math>, sendo impulso dado por: | |||
:<math> \vec{J} = \frac{2m_im_j(\Delta \vec{r} . \Delta \vec{v})}{\sigma^2(m_i + m_j)}\Delta \vec{r} </math>. | |||
Assim, a variação de velocidades pode ser determinada por: | |||
:<math> \Delta \vec{v_i} = -\frac{\vec{J}}{m_i} </math> e <math> \Delta \vec{v_j} = \frac{\vec{J}}{m_j} </math>. | |||
===Otimização básica=== | |||
Dado uma simulação de <math> N </math> partículas, determinar o valor de <math> dt_{min} </math> é uma operação de ordem <math> N^2 </math>, ou seja, evitar fazer esse processo todo passo de tempo economiza grande parte do tempo computacional. Uma forma simples de fazer isso é determinar e armazenar o menor <math> dt_{ij} </math> para cada partícula <math> i </math> e o índice <math> j </math> antes do loop temporal e em todo passo de tempo determinar o valor de <math> dt_{min} </math> a partir dos <math> dt_{ij} </math> armazenados. Assim, a cada passo de tempo seria necessário apenas atualizar o valor de <math> dt_{ij} </math> das partículas <math> I, J </math> e das que colidiriam com <math> I </math> ou <math> J </math>. | |||
===Implementação computacional=== | ===Implementação computacional=== | ||
== | Segue a implementação computacional, na linguagem de programação C, a função utilizada para o cálculo de <math>dt_{ij}</math>. Importante notar que na formulação da funções-exemplo foram utilizadas condições de contorno periódicas no sistema. | ||
<pre> | |||
void calc_dt_ij(double *xx, double *yy, double *vx, double *vy, double *dt_ij, int *colide, int i, int j){ | |||
//dt_ij é um vetor que armazena os menores valor de dt_ij para cada i | |||
//colide é um vetor que armazena o valor de j correspondente a partícula que i colide no menor tempo dt_ij | |||
double delta_t_ij = INF; | |||
double dx, dy, dvx, dvy; | |||
double drdr, dvdv, drdv; | |||
double d; | |||
double X, Y; | |||
double sigma = 2*raio; | |||
X = xx[i] - xx[j]; | |||
dx = fmod(X, Lx) - rint(fmod(X, Lx)/Lx)*Lx; | |||
Y = yy[i] - yy[j]; | |||
dy = fmod(Y, Ly) - rint(fmod(Y, Ly)/Ly)*Ly; | |||
dvx = vx[i] - vx[j]; | |||
dvy = vy[i] - vy[j]; | |||
drdv = dx*dvx + dy*dvy; | |||
drdr = dx*dx + dy*dy; | |||
dvdv = dvx*dvx + dvy*dvy; | |||
d = pow(drdv, 2) - dvdv*(drdr - pow(sigma, 2)); | |||
if(d > 0 && drdv < 0){ | |||
delta_t_ij = (-1)*(drdv + sqrt(d))/(dvdv); | |||
if(delta_t_ij < dt_ij[i]){ | |||
dt_ij[i] = delta_t_ij; | |||
colide[i] = j; | |||
} | |||
} | |||
} | |||
</pre> | |||
Onde foram definidos '''''INF''''' como um número computacionalmente grande e '''''raio''''' como o raio das partículas, em particular consideramos os raios de todas como iguais. Para realizar a troca de velocidades do par de partículas que colidem de forma a ser coerente com uma colisão elástica, confeccionou-se a função abaixo. | |||
<pre> | |||
void switch_veloc(double *xx, double *yy, double *vx, double *vy, int i, int j, double *Jx, double *Jy){ | |||
double dx, dy, dvx, dvy; | |||
double drdr, dvdv, drdv; | |||
double deltavx, deltavy; | |||
double sigma = 2*raio, sigma2 = pow(sigma,2), d; | |||
double X, Y; | |||
X = xx[i] - xx[j]; | |||
dx = fmod(X, Lx) - rint(fmod(X, Lx)/Lx)*Lx; | |||
Y = yy[i] - yy[j]; | |||
dy = fmod(Y, Ly) - rint(fmod(Y, Ly)/Ly)*Ly; | |||
dvx = vx[i] - vx[j]; | |||
dvy = vy[i] - vy[j]; | |||
drdv = dx*dvx + dy*dvy; | |||
drdr = dx*dx + dy*dy; | |||
dvdv = dvx*dvx + dvy*dvy; | |||
Jx[i] = drdv*dx/sigma2; | |||
Jy[i] = drdv*dy/sigma2; | |||
deltavx = Jx[i]; | |||
deltavy = Jy[i]; | |||
//TROCA VELOCIDADES DA PARTICULA I | |||
vx[i] -= deltavx; | |||
vy[i] -= deltavy; | |||
//TROCA VELOCIDADES DA PARTICULA J | |||
vx[j] += deltavx; | |||
vy[j] += deltavy; | |||
} | |||
</pre> | |||
Após alterar as velocidades basta avançar o sistema em <math>dt_{min}</math>. Segue um exemplo de função. | |||
<pre> | |||
void pos(double *xx, double *yy, double *vx, double *vy, double dt_min){ | |||
int i; | |||
for(i = 0; i < (NP); i++){ | |||
xx[i] = xx[i] + vx[i]*dt_min; | |||
yy[i] = yy[i] + vy[i]*dt_min; | |||
} | |||
} | |||
</pre> | |||
[[File:pot_descontinuo.gif|400px|thumb|Plot exemplo de resultado de simulação. O par de partículas destacadas em vermelho são as colisoras.]] | |||
Seguindo o fluxograma apresentado e utilizando as funções disponíveis chega-se, por exemplo, na animação ao lado, que mostra o decorrer da simulação conforme ocorrem as colisões. <br><br><br><br><br><br><br><br><br><br><br><br><br><br><br><br><br> | |||
==Adição do campo gravitacional== | ==Adição do campo gravitacional== | ||
A adição de um campo gravitacional uniforme nesta simulação é bastante simples, basta definir uma nova variável, a qual aqui será chamada de g, e atribuir um valor de sua escolha a ela.<br> | |||
Vale lembrar que campo gravitacional aqui computado gera uma força central, ou seja, é radial em relação a cada partícula do sistema, de modo que só há força atuando na direção <math>y</math>, no sentido negativo de <math>y</math>.<br> | |||
Também é importante lembrar que aqui é desconsiderado a interação gravitacional entre quaisquer duas partículas, uma vez que assume-se que massas são pequenas e desprezíveis em frente a massa que forma o campo em que estão imersas.<br> | |||
===Cálculo do tempo de colisão=== | |||
Uma preocupação que alguém pode ter com a adição de um campo gravitacional na simulação seria de que seria necessário mudar o cálculo do tempo mínimo entre as colisões. No entanto, como será mostrado a seguir, isso não é necessário e o cálculo permanece o mesmo.<br> | |||
De maneira geral, sem cálculos, o que deve ser feito é abrir cada vetor de deslocamento, adicionando um termo de tempo quadrádico ligado à aceleração gravitacional do campo escolhido, e elevar ao quadrado a condição de que ocorra a colisão. A partir daí tudo que se é necessário fazer é trabalhar a álgebra, que no fim, eliminará todos os termos com a aceleração. Para verificar o cálculo completo veja na página [[Cálculo do tempo de colisão com aceleração]].<br> | |||
=== Implementação === | |||
Como este campo só atua na componente <math>y</math>, basta modificar as linha de código da seção anterior para adicionar um termo de tempo quadrático à variação da posição assim a linha de código fica: | |||
<pre> | |||
yy[i] = yy[i] + vy[i]*delta_t - g*delta_t*delta_t/2; | |||
</pre> | |||
E também adiciona-se uma aceleração em <math>y</math> nesta mesma parte do programa, de modo que haverá uma atualização na velocidade em <math>y</math> de <math>-g*dt_{min}</math>, ficando: | |||
<pre> | |||
vy[i] -= g*delta_t | |||
</pre> | |||
Mais abaixo é possível ver uma animação de como fica o sistema com essas mudanças feitas. | |||
[[File:pot_desc_gravidade.gif|400px|thumb|Plot exemplo de resultado de simulação com um campo gravitacional uniforme de g=2. O par de partículas destacadas em vermelho são as que colidiram.]] |
Edição atual tal como às 21h44min de 12 de outubro de 2016
Dinâmica molecular de potenciais descontínuos é uma abordagem computacional utilizada para determinar o movimento de partículas duras que só interagem por forças de contato. Assim, fica evidente a diferença entre o potencial Lennard-Jones pois este se baseia em uma interação de curto alcance, como é mostrado em DM: um primeiro programa. Para entender como as colisões ocorrem, conhecer a forma do potencial a ser estudado é vital. Como estamos considerando corpos rígidos, ou seja, que não sofrem deformação, percebe-se que a força de contato entre as partículas será infinita e o tempo de interação zero, o que torna impossível a descrição do problema a partir de uma integração de movimento simples. O método utilizado, a ser explicitado aqui, que resolve este problema é o evento dirigido.
Evento dirigido
A ideia do método para resolver o problema do força infinita é, ao invés de avançar o sistema em pequenos passos de tempo , avançar a simulação conforme as colisões forem ocorrendo. Para isso deve-se encontrar o par de partículas que colidirá no menor intervalo de tempo entre todas as partículas, denotaremos tal intervalo por , e, então, avançar o sistema. Neste ponto teremos dois objetos colados, portanto aqui deve ser feita a mudança de velocidades de tal forma a respeitar uma colisão elástica.
Determinação do tempo de colisão
Os objetos a serem usados para o cálculo do tempo de colisão entre um par de partículas serão discos de raio , , cuja soma denotamos por . Portanto, segue que a condição de colisão é:
Com sendo o vetor posição da partícula e o tempo de colisão entre as partículas . Tal condição nos leva a determinação de a partir da expressão:
Onde , e .
Com isso, consegue-se determinar o valor de encontrando o menor valor de .
Mudança de velocidade em uma colisão elástica
Para fazer a mudança de velocidades temos que considerar o caso de colisão elástica entre as partículas , sendo impulso dado por:
- .
Assim, a variação de velocidades pode ser determinada por:
- e .
Otimização básica
Dado uma simulação de partículas, determinar o valor de é uma operação de ordem , ou seja, evitar fazer esse processo todo passo de tempo economiza grande parte do tempo computacional. Uma forma simples de fazer isso é determinar e armazenar o menor para cada partícula e o índice antes do loop temporal e em todo passo de tempo determinar o valor de a partir dos armazenados. Assim, a cada passo de tempo seria necessário apenas atualizar o valor de das partículas e das que colidiriam com ou .
Implementação computacional
Segue a implementação computacional, na linguagem de programação C, a função utilizada para o cálculo de . Importante notar que na formulação da funções-exemplo foram utilizadas condições de contorno periódicas no sistema.
void calc_dt_ij(double *xx, double *yy, double *vx, double *vy, double *dt_ij, int *colide, int i, int j){ //dt_ij é um vetor que armazena os menores valor de dt_ij para cada i //colide é um vetor que armazena o valor de j correspondente a partícula que i colide no menor tempo dt_ij double delta_t_ij = INF; double dx, dy, dvx, dvy; double drdr, dvdv, drdv; double d; double X, Y; double sigma = 2*raio; X = xx[i] - xx[j]; dx = fmod(X, Lx) - rint(fmod(X, Lx)/Lx)*Lx; Y = yy[i] - yy[j]; dy = fmod(Y, Ly) - rint(fmod(Y, Ly)/Ly)*Ly; dvx = vx[i] - vx[j]; dvy = vy[i] - vy[j]; drdv = dx*dvx + dy*dvy; drdr = dx*dx + dy*dy; dvdv = dvx*dvx + dvy*dvy; d = pow(drdv, 2) - dvdv*(drdr - pow(sigma, 2)); if(d > 0 && drdv < 0){ delta_t_ij = (-1)*(drdv + sqrt(d))/(dvdv); if(delta_t_ij < dt_ij[i]){ dt_ij[i] = delta_t_ij; colide[i] = j; } } }
Onde foram definidos INF como um número computacionalmente grande e raio como o raio das partículas, em particular consideramos os raios de todas como iguais. Para realizar a troca de velocidades do par de partículas que colidem de forma a ser coerente com uma colisão elástica, confeccionou-se a função abaixo.
void switch_veloc(double *xx, double *yy, double *vx, double *vy, int i, int j, double *Jx, double *Jy){ double dx, dy, dvx, dvy; double drdr, dvdv, drdv; double deltavx, deltavy; double sigma = 2*raio, sigma2 = pow(sigma,2), d; double X, Y; X = xx[i] - xx[j]; dx = fmod(X, Lx) - rint(fmod(X, Lx)/Lx)*Lx; Y = yy[i] - yy[j]; dy = fmod(Y, Ly) - rint(fmod(Y, Ly)/Ly)*Ly; dvx = vx[i] - vx[j]; dvy = vy[i] - vy[j]; drdv = dx*dvx + dy*dvy; drdr = dx*dx + dy*dy; dvdv = dvx*dvx + dvy*dvy; Jx[i] = drdv*dx/sigma2; Jy[i] = drdv*dy/sigma2; deltavx = Jx[i]; deltavy = Jy[i]; //TROCA VELOCIDADES DA PARTICULA I vx[i] -= deltavx; vy[i] -= deltavy; //TROCA VELOCIDADES DA PARTICULA J vx[j] += deltavx; vy[j] += deltavy; }
Após alterar as velocidades basta avançar o sistema em . Segue um exemplo de função.
void pos(double *xx, double *yy, double *vx, double *vy, double dt_min){ int i; for(i = 0; i < (NP); i++){ xx[i] = xx[i] + vx[i]*dt_min; yy[i] = yy[i] + vy[i]*dt_min; } }
Seguindo o fluxograma apresentado e utilizando as funções disponíveis chega-se, por exemplo, na animação ao lado, que mostra o decorrer da simulação conforme ocorrem as colisões.
Adição do campo gravitacional
A adição de um campo gravitacional uniforme nesta simulação é bastante simples, basta definir uma nova variável, a qual aqui será chamada de g, e atribuir um valor de sua escolha a ela.
Vale lembrar que campo gravitacional aqui computado gera uma força central, ou seja, é radial em relação a cada partícula do sistema, de modo que só há força atuando na direção , no sentido negativo de .
Também é importante lembrar que aqui é desconsiderado a interação gravitacional entre quaisquer duas partículas, uma vez que assume-se que massas são pequenas e desprezíveis em frente a massa que forma o campo em que estão imersas.
Cálculo do tempo de colisão
Uma preocupação que alguém pode ter com a adição de um campo gravitacional na simulação seria de que seria necessário mudar o cálculo do tempo mínimo entre as colisões. No entanto, como será mostrado a seguir, isso não é necessário e o cálculo permanece o mesmo.
De maneira geral, sem cálculos, o que deve ser feito é abrir cada vetor de deslocamento, adicionando um termo de tempo quadrádico ligado à aceleração gravitacional do campo escolhido, e elevar ao quadrado a condição de que ocorra a colisão. A partir daí tudo que se é necessário fazer é trabalhar a álgebra, que no fim, eliminará todos os termos com a aceleração. Para verificar o cálculo completo veja na página Cálculo do tempo de colisão com aceleração.
Implementação
Como este campo só atua na componente , basta modificar as linha de código da seção anterior para adicionar um termo de tempo quadrático à variação da posição assim a linha de código fica:
yy[i] = yy[i] + vy[i]*delta_t - g*delta_t*delta_t/2;
E também adiciona-se uma aceleração em nesta mesma parte do programa, de modo que haverá uma atualização na velocidade em de , ficando:
vy[i] -= g*delta_t
Mais abaixo é possível ver uma animação de como fica o sistema com essas mudanças feitas.