Medidas estáticas: mudanças entre as edições

De Física Computacional
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Onde i é o índice do i-ésimo vizinho e n é o número de primeiros vizinhos. Esta relação deixa específico que o caso de 6 primeiros vizinhos e <math>\theta=60</math> resulte em um valor de <math>\psi_6=1</math>.
Onde i é o índice do i-ésimo vizinho e n é o número de primeiros vizinhos. Esta relação deixa específico que o caso de 6 primeiros vizinhos e <math>\theta=\frac{\pi}{3}</math> resulte em um valor de <math>\psi_6=1</math>.


== Implementação Computacional ==
== Implementação Computacional ==

Edição das 23h13min de 19 de junho de 2016

Em dinâmica molecular, medidas estáticas são medidas que

Psi 6

No estudo do agrupamento de pontos equidistantes em um espaço 2D, é possível provar matematicamente que o formato formado pelos pontos que maximiza a utilização do espaço é o padrão hexagonal. Para dinâmicas moleculares com potenciais de Lennard-Jones com densidade suficientemente alta (rho ~) é possível observar que o padrão formado após o relaxamento (tempo suficiente para a rede se estabilizar) é de fato o padrão hexagonal.

O psi 6 é uma análise de o quão hexagonal um padrão de posições está em um certo tempo da simulação. É possível associar a cada partícula um valor que varia entre -1 e 1 da hexagonalidade do padrão de posições formado por ele e seus primeiros vizinhos (conjunto de partículas mais próximas). Com essa medida é possível quantificar diferentes regiões da "caixa" em que as partículas estão localizadas e então localizar possíveis "defeitos" no padrão hexagonal.

Para um padrão hexagonal perfeito, cada partícula apresenta 6 primeiros vizinhos, cada qual posicionado simetricamente em torno dessa. Analisando a simetria, cada vizinho consecutivo deve apresentar um ângulo de . Buscando uma relação em que esta situação seja a situação de , é possível definir que o vale:

Onde i é o índice do i-ésimo vizinho e n é o número de primeiros vizinhos. Esta relação deixa específico que o caso de 6 primeiros vizinhos e resulte em um valor de .

Implementação Computacional

Pode-se separar a implementação computacional em dois procedimentos necesssários: Encontrar os primeiros vizinhos para cada partícula e então calcular, de fato, o valor de

Encontrando vizinhos

Por definição, os primeiros vizinhos de uma partícula são aquelas partículas que estão presentes em um anel mais próximo dela, como mostra a fig.

O problema de encontrar primeiros vizinhos é um problema bastante discutido em teoria da computação e diversos métodos foram desenvolvidos para efetuar esta tarefa. Desta forma a maioria dos métodos otimizados são de difícil implementação e então não serão tratados nesse verbete. Se o leitor tiver interesse, entretanto, são recomendados as seguintes referências:

O método aqui citado é pouco otimizado, pois utiliza-se um for em , porém de implementação razoavelmente simples. O método consiste em encontrar as 6 partículas mais próximas da partícula-teste (partícula em que busca-se calcular o valor de ), desta forma o valor de resultará em um valor razoável ( >0.8 ) se os 6 vizinhos são de fato os primeiros vizinhos e estão localizados em um padrão quase-hexagonal em torno da partícula-teste.

Define-se dois vetores chamados neighborsX,neighborsY e dNeighbors, que guardarão as posições X,Y e a distância do i-ésimo vizinho. Então os valores iniciais destes vetores recebem valores altos em relação as medidas da caixa (neste exemplo utilizou-se 20 para os dois lados), da seguinte forma:

for(i=0;i<6;i++){
	neighborsX[i]=999;
	neighborsY[i]=999;
        dNeighbors[i]=999;
}

Após, realizar-se-á a busca pelas 6 partículas mais próximas da partícula-teste, como queremos calcular para todas as partículas (NP) presentes na simulação, faremos um "for" em guardando as posições das duas partículas, é importante resetar os valores de dNeighbors toda vez que começa-se para outra partícula-teste. (Neste algoritmo chama-se a partícula-teste de "xOrg" (x original) e o possível vizinho de "x2") :

for(i=0;i<NP;i++){             
	xOrg=xx[i];
	yOrg=yy[i];
	for(j=0;j<6;j++){
		dNeighbors[j]=999.;
	}
	for(j=0;j<NP;j++){
		x2=xx[j];
		y2=yy[j];

O próximo passo é de fato calcular a distância entre as partículas e testar se essa distância é menor que a maior distância presente no vetor dNeighbors. Isto é, o vetor dNeighbors começará com valores altos (999) e irá guardar partículas que tenham alguma distância menor que um valor presente em dNeighbors.

Também é importante ressaltar que esse algoritmo tomaria uma grande parte de tempo para sistemas com alto número de partículas, desta forma é bom setar um raio de corte para o cálculo da distância, isto é, os cálculos de se uma partícula é ou não vizinho somente serão calculados caso o possível vizinho esteja suficientemente perto da partícula-teste, suficientemente perto neste algoritmo é determinado utilizando a medida de g(r) (Explicada acima), pega-se um valor um pouco maior que o primeiro pico da g(r) e define-se como o "radiusLimit" (Raio limite) do codigo:

		if(i!=j){
			//Calcula distância entre partícula-teste e possível vizinho
			deltaX=fabs(x2-xOrg);
			deltaY=fabs(y2-yOrg);
			deltaX=deltaX-rint(deltaX/Lx)*Lx;
			deltaY=deltaY-rint(deltaY/Ly)*Ly;
			dNew=sqrt((deltaX*deltaX)+(deltaY*deltaY));
				// --- //

			if(dNew<radiusLimit)  // Testa se a distância é menor que o raio limite
			{	
				//Procura-se o maior valor presente em dNeighbors e salva-se com o nome de "dOld", bem como seu indíce como "index"
				dOld=0;
				for(k=0;k<6;k++){
					if(dNeighbors[k]>dOld){
						dOld=dNeighbors[k];
						index=k;
					}
							 }
							 // --- //    
						   
							// Testa-se se a distância do possível vizinho é menor que a maior distância presente já em dNeighbors
				if(dNew<dOld){
					neighborsX[index]=x2;
					neighborsY[index]=y2;
					dNeighbors[index]=dNew;
				}
			}		
			}
	}         
   

Portanto após esse algoritmo, temos guardadas as posições das 6 partículas mais próximas, é importante ressaltar que o "for" em partícula-teste ainda não foi fechado, e ainda dentro deste mesmo loop serão calculados os valores de .

Calculando o Psi 6

Tendo os valores de X e Y dos vizinhos da partícula-teste, podemos proceder para o cálculo do . Para este cálculo, precisamos dos ângulos que cada vizinho tem em relação a partícula-teste, isto é, setamos um referencial X-Y com a origem na partícula-teste e calculamos o ângulo que cada vizinho tem com o eixo X, este ângulo será chamado de e será dado pela seguinte relação:

Na implementação em código fica:

	for(j=0;j<6;j++){ // Calculating angles
		delX=neighborsX[j]-xx[i];
		delY=neighborsY[j]-yy[i];

                //Condições de contorno periódicas
		delX=delX-rint(delX/Lx)*Lx; 
        	delY=delY-rint(delY/Ly)*Ly;
                // --- //

		angle[j]=atan2(delY,delX);
		if (angle[j]<0)
			angle[j]=2*PI+angle[j];
                psix[i]=0;
 

Agora somente precisa-se realizar um algoritmo que ordene o vetor "angle" do menor para o maior ângulo, desta forma é possível calcular os


Feito o ordenamento do vetor, basta calcular a média do valor do de cada vizinho. Para isto, precisamos calcular os valores de em função dos , basta realizar a subtração do próximo vizinho no vetor pelo valor do ângulo do vizinho atual, dessa forma: com exceção do último vizinho, que será o ângulo dele menos o do primeiro, desta forma a implementação fica:


		firstAngle=angle[0];	
		for(j=0;j<5;j++){ 
			angle[j]=cos(6.*(angle[j+1]-angle[j]));
		}		
		angle[5]=cos(6.*(firstAngle+2*PI-angle[5]));
		for(j=0;j<6;j++){ 
			psix[i]+=angle[j]/6.;
		}	
	}
}

E então está calculado o valor de , para facilitar a implementação é recomendado que este algoritmo seja uma função dentro de seu código e desta forma retorne o valor médio do vetor "psix" utilizado.

Pair Distribution Function

Representação do cálculo numérico de ;

A Pair Distribution Function , ou "", é uma função que estima o quão provável é encontrar duas partículas a uma distância dentro de um sistema de várias partículas.

Em um sistema de partículas, o é definido como a média do número de partículas a uma distância :

Numéricamente pode ser interpretado como a média do número de pares de partículas a uma distância entre e pesado pelo volume/área desta região.

Onde é o/a volume/área total e é a função retangular.


Em resumo, o é a média dos histogramas do número de partículas em um bin de largura a uma feitos para cada partícula no sistema pesado pelo volume/área deste bin.

Construção do Código

Resultados

Resultado do cálculo de '"`UNIQ--postMath-00000025-QINU`"';

Referências

  • Frenkel, Daan and Smit, Berend (2001). Understanding Molecular Simulation. Academic Press.