Equação de Ginzburg-Landau complexa: mudanças entre as edições

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A equação de Ginzburg-Landau complexa (CGLE) é uma das equações não lineares mais estudadas da física. Ela oferece uma descrição geral de sistemas com uma fraca dependência não linear. Quando escrita de modo a minimizar o número de constantes, é dada pela equação abaixo:


== Introdução ==
<math>
\frac{\partial A}{\partial t} = (1+ib)\nabla^2 A + A - (1+ic) A|A|^2.
</math>


A equação de Ginzburg-Landau complexa surgiu inicialmente em 1969 como um modelo para o inicio de instabilidades em problemas de convecção de fluídos. A partir de então, ela se tornou uma das equações não lineares mais estudadas da física, descrevendo uma variedade enorme de fenômenos como ondas não lineares, transições de fase de segunda ordem, supercondutividade, superfluidez, condensado de Bose-Einstein.
Em especial, para <math>b = 0</math> e <math>c = 0</math>, ela se reduz para a equação de Ginzburg-Landau real. E, para <math>b \rightarrow + \infty </math> e <math>c \rightarrow + \infty</math>, ela se reduz à equação de Schrödinger não linear. Ela descreve uma variedade enorme de fenômenos, como:


:<math>\frac{\partial A}{\partial t} = (1+ic_1)\nabla^2 A + A - (1-ic_3) A|A|^2</math>
* Ondas não lineares;
* Transições de fase de segunda ordem;
* Supercondutividade;
* Superfluidez;
* Condensado de Bose-Einstein.
 
== Dedução ==
 
[[File:Phase_space_circle.png|thumb|right|Figura 1 - Espaço de fase do oscilador harmônico. Fonte - Cross, M., & Greenside, H. (2009)]]
 
É possível deduzir a CGLE a partir do oscilador linear harmônico por meio de argumentos de simetria, encontrando a equação de Stuart-Landau, e, em seguida, considerando um sistema estendido no espaço. A energia de um oscilador harmônico é expressa pela equação abaixo, onde <math>E</math> é a energia, <math>q</math> e <math>p</math> a coordenada e seu respectivo momento, <math>m</math> é a massa e <math>\omega_0</math> a frequência angular
 
<math>
E = \frac{p^2}{2m} + \frac{1}{2} m \omega_0^2 q^2.
</math>
 
Ao realizar as seguintes mudanças de variáveis, <math>q \rightarrow q/m^{1/2}</math> e <math>p \rightarrow p m^{1/2}</math>, a equação da energia produz trajetórias circulares no espaço de fase de <math>\omega_0 q</math> e <math>p</math>
 
<math>
E = \frac{p^2}{2} + \frac{1}{2}\omega_0^2 q^2.
</math>
 
Essa é uma importante simetria do oscilador harmônico linear, resultando que a sua energia é proporcional ao quadrado da amplitude de oscilação, não dependendo da fase. Isso sugere uma motivação, qual é o menor termo não linear que pode ser adicionado de modo a preservar essa simetria. Para tanto, o estado do sistema será descrito em coordenadas polares, onde <math>R</math> é a amplitude e <math>\phi</math> a fase
 
<math>
\dot{R} = 0, \quad \dot{\phi} = \omega_0.
</math>
 
Define-se, então, a variável complexa <math>A = R e^{i \phi}</math>, portanto a equação acima pode ser reescrita como
 
<math>
\dot{A} = i \omega_0 A.
</math>
 
Ao realizar a transformação de variável <math>A \rightarrow A e^{i \chi}</math>, com <math>\chi \in \mathbb{R}</math>, a equação acima permanece inalterada. Ou seja, a equação é invariante a rotações. Então, busca-se uma função não linear  <math>f(A, A^*)</math> tal que
 
<math>
\dot{A} = i \omega_0 A + f(A, A^*)
</math>
 
também seja invariante a rotações.
 
Então, perante às transformações <math>A \rightarrow A e^{i \chi}</math> e <math>A^* \rightarrow A^* e^{-i \chi}</math>, a função <math>f(A, A^*)</math> deve satisfazer
 
<math>
f(A e^{i \chi}, A^* e^{-i \chi}) = f(A, A^*) e^{i \chi},
</math>
 
para que seja possível fatorar o termo responsável pela rotação e obter novamente a equação original.
 
Considerando pequenas oscilações, é possível expandir <math>f(A, A^*)</math> em potências de <math>A</math> e <math>A^*</math> até a menor ordem possível que satisfaça a condição e que introduza uma não linearidade à equação. Com isso, obtém-se
 
<math>
f(A, A^*) = \alpha_1 A + \alpha_2 |A|^2 A, \quad \alpha_1 = \alpha_{1r} + i \alpha_{1i}, \quad \alpha_2 = \alpha_{2r} + i \alpha_{2i}
</math>
 
Utilizando o resultado encontrado e expressando em coordenadas polares por meio de <math>A = R e^{i\phi}</math>
 
<math>
\dot{R} = \alpha_{1r} R + \alpha_{2r} R^3, \quad \dot{\phi} = \omega_0 + \alpha_{1i} + \alpha_{2i} R^2.
</math>
 
Em seguida, muda-se para o referencial que gira com a mesma frequência do oscilador harmônico por meio da definição de <math>\phi = \varphi + \omega_0 t</math>. As novas equações obtidas são
 
<math>
\dot{R} = \alpha_{1r} R + \alpha_{2r} R^3, \quad \dot{\varphi} = \alpha_{1i} + \alpha_{2i} R^2.
</math>
 
Para encontrar a amplitude estacionária, pode-se tomar <math>\dot{R} = 0</math> na equação, o que resulta na solução trivial <math>R^{(est)} = 0</math> e <math>R^{(est)} = \sqrt{-\alpha_{1r}/\alpha_{2r}}</math>. Então, para que exista uma amplitude estacionária não nula, os sinais de <math>\alpha_{1r}</math> e de <math>\alpha_{2r}</math> devem ser opostos. Além disso, por inspeção observa-se que, caso <math>\alpha_{1r} < 0</math> e <math>\alpha_{2r} > 0</math>, pequenos valores de amplitude irão diminuir e grandes valores de amplitude irão aumentar, o que indica que a solução estacionária não trivial será instável. Portanto, define-se <math>\alpha_{1r} = \mu \sigma_1</math> para <math>\sigma_1 > 0</math>, <math>\alpha_{2i} = \mu \omega_1</math>, <math>\alpha_{2r} = -g_r</math> com <math>g_r > 0</math> e <math>\alpha_{2i} = - g_i</math>. Por fim, ao voltar para a representação no plano complexo, chega-se em
 
<math>
\dot{A} = \mu (\sigma_1 + \omega_1) A - (g_r + ig_i)|A|^2 A
</math>
 
Esta é a equação de Stuart-Landau. Para obter a equação complexa de Ginzburg-Landau, é necessário considerar um sistema espacialmente extenso, em que cada ponto é um oscilador modelado pela equação acima. Para isso, é adicionado um termo proporcional ao laplaciano de A, <math>(d_r + i d_i)\nabla^2 A</math>, cujo significado fica evidente ao discretizar a função. Ele computa a diferença de <math>A</math> no sítio em questão com relação à média dos sítios vizinhos, resultando em uma tendência de pontos próximos oscilarem com amplitudes e fases semelhantes. Ao adicionar esse novo termo e redefinir as constantes de modo a reduzi-las sem perder as características importantes do sistema, chega-se na equação complexa de Ginzburg-Landau
 
<math>
\frac{\partial A}{\partial t} = (1+ib)\nabla^2 A + A - (1+ic) A|A|^2.
</math>
 
== Método FTCS ==
 
Para estudar o comportamento das soluções foi utilizados o método FTCS(Foward-Time Central-Space) explícito que consiste em discretizar o domínio temporal e o espacial da equação, resolvemos as derivadas espaciais por uma aproximação dos pontos vizinhos ao ponto que queremos encontrar, enquanto atualizamos a parte temporal, também por uma aproximação como na parte espacial, porém fazemos por diferenciação entre a taxa de variação (solução futura) e a solução atual.
A partir da CGLE em duas dimensões:
<math>
\frac{\partial A}{\partial t} = \alpha(\frac{\partial^2 A}{\partial x^2}+\frac{\partial^2 A}{\partial y^2}) + A - \beta A|A|^2.
</math>
 
para
 
<math>
\alpha = (1+ib); \beta = (1+ic)
</math>
 
Aplicamos o método da seguinte maneira:
<math>
\frac{A(x,y,t+\Delta t) - A(x,y,t)}{\Delta t} = \alpha(\frac{A(x+\Delta x,y,t) - 2*A(x,y,t) + A(x-\Delta x,y,t)}{\Delta x^2}+\frac{A(x,y+\Delta y,t) - 2*A(x,y,t) + A(x,y-\Delta y,t)}{\Delta y^2}) + A(x,y,t) - \beta A(x,y,t)|A(x,y,t)|^2.
</math>
 
<math>
\frac{A_{i,j}^{N+1} - A_{i,j}^{N}}{\Delta t} = \alpha(\frac{A_{i+1,j}^{N} - 2*A_{i,j}^{N} + A_{i-1,j}^{N}}{\Delta x^2}+\frac{A_{i,j+1}^{N} - 2*A_{i,j}^{N} + A_{i,j-1}^{N}}{\Delta y^2}) + A_{i,j}^{N} - \beta A_{i,j}^{N}|A_{i,j}^{N}|^2.
</math>
 
Agora reorganizando a equação para deixar o tempo futuro na esquerda e o tempo atual na direita e considerando que os passos na direção x tem o mesmo tamanho do que os na direção y (<math>\Delta y = \Delta x</math>), chegamos em :
<math>
A_{i,j}^{N+1} = A_{i,j}(1+\Delta t(1-\beta|A_{i,j}|^2))+\frac{\Delta t \alpha}{\Delta x^2}(A_{i+1,j}+A_{i-1,j}+A_{i,j+1}+A_{i,j-1} - 4*A_{i,j})
</math>
[[File:newplot.png|thumb|120px|right|Figura 2 - Condições de contorno periódicas em duas dimensões.]]
Para as condições de contorno foram utilizados condições periódicas tal que na região de x usamos que quando
i=L+1 estaremos em i=1.
 
e para y, da mesma forma,
 
j=L+1 temos que j=1.
 
A figura 2 é a representação gráfica dessas condições.
 
== Soluções ==
[[File:diagrama_de_fase.png|thumb|240px|upright|Figura 3 - Diagrama de fase para soluções da CGLE [3].]]
A partir da variação dos parâmetros <math>b</math> e <math>c</math> temos regiões que implicam em diferentes soluções para a CGLE, nossa ideia central foi começar com condição inicial de onda plana, que em teoria tende a se manter como onda plana, e perturbar essa solução, dependendo da região em que estamos no diagrama de fase a perturbação nos levara para diferentes tipos de solução sendo as principais:
*Soluções de onda plana estável
*Soluções de onda plana instável
que são delimitadas pela condição de Benjamin-Feir-Newell, que descreve a linha BFN no diagrama de fase, a condição para instabilidade é descrita por <math>1 + bc < 0</math>, ou seja, acima da linha temos soluções estáveis e abaixo soluções instáveis.
Outras soluções que podem ser encontradas são soluções de turbulência, para fase e para a amplitude,
 
condição tipos de espirais <math>-(c3 + c1)/(1 -c1*c3) = 0.845</math> Linha OR, interação entre espirais.
 
esquerda de T dinâmico turbulento, direita "congelado".
 
L limite da turbulência de fase
 
Eckhaus-stability boundary EI
 
boundary of
absolute stability AI
 
 
 
Quando definimos as condições iniciais de onda plana como um seno e um termo perturbando as oscilações em <math>x=[40,60]</math>, <math>y=[40,60]</math>
com <math>b=0.5</math>, <math>c=-0.5</math> do diagrama de fase em (figura 3) o sistema apresenta simetria entre as espirais no gráfico da parte real e também
percebemos a presença de defeitos no módulo de <math>A(\chi,t)</math> (figura 4). Os defeitos, caracterizados pela presença de um ponto nulo no módulo
da amplitude, nao se anularam pois os parametros <math>b</math> e <math>c</math> encontram-se em uma região de instabilidade convectiva (formação de espirais bem definidas).
 
[[File:LiquidoVortices.gif|400px|Figura 4 -.Liquidos de Vortices]][[File:LiquidoVorticesAbs.gif|400px|Figura 5 -.Modulo para Liquidos de Vortices]]
 
Partindo das mesmas condições iniciais anteriores porém em uma região onde <math>b=-2.5</math>, <math>c=-0.1</math>, denominada Vidro de Vórtices, o padrão de
espirais muda, a simetria é perdida e algumas apresentam comportamento "dominante?". Outra característica é a presença de maior número de 
células de defeitos que são "empurradas" pelas células maiores provenientes das grandes espirais. É interessante ressaltar que os pontos defeitos se anulam
somente aos pares.
 
[[File:VidroVortices.gif|400px|Figura 6 -.Vidro de Vortices]][[File:VidroVorticesAbs.gif|400px|Figura 7 -.Modulo para Vidro de Vortices]]
 
Por fim, na região chamada de Turbulência de Amplitude <math>b=-2</math>, <math>c=1.5</math> à direita da linha AI nao encontramos espirais, as células de
defeitos não se formam e temos apenas um comportamento caótico no módulo e na fase da Amplitude.
 
 
[[File:TurbAmplitude.gif|400px|Figura 8 -.Turbulencia de Amplitude]][[File:TurbAmplitudeAbs.gif|400px|Figura 9 -.Modulo para Turbulencia de Amplitude]]
 
== Referências ==
[1] García-Morales, V., & Krischer, K. (2012). The complex Ginzburg–Landau equation: an introduction. Contemporary Physics, 53(2), 79–95. https://doi.org/10.1080/00107514.2011.642554
 
[2] H. Riecke, (2021). Methods of Nonlinear Analysis
 
[3] Igor S. Aranson, Lorenz Kramer, (2001). The World of the Complex Ginzburg-Landau Equation
 
[4] Cross, M., & Greenside, H. (2009). Pattern Formation and Dynamics in Nonequilibrium Systems. Cambridge University Press.
 
[5] Hugues Chaté, Paul Manneville (1996). Phase diagram of the two-dimensional complex Ginzburg-Landau equation. Physica A: Statistical Mechanics and its Applications

Edição atual tal como às 09h53min de 8 de maio de 2024

A equação de Ginzburg-Landau complexa (CGLE) é uma das equações não lineares mais estudadas da física. Ela oferece uma descrição geral de sistemas com uma fraca dependência não linear. Quando escrita de modo a minimizar o número de constantes, é dada pela equação abaixo:

Em especial, para e , ela se reduz para a equação de Ginzburg-Landau real. E, para e , ela se reduz à equação de Schrödinger não linear. Ela descreve uma variedade enorme de fenômenos, como:

  • Ondas não lineares;
  • Transições de fase de segunda ordem;
  • Supercondutividade;
  • Superfluidez;
  • Condensado de Bose-Einstein.

Dedução

Figura 1 - Espaço de fase do oscilador harmônico. Fonte - Cross, M., & Greenside, H. (2009)

É possível deduzir a CGLE a partir do oscilador linear harmônico por meio de argumentos de simetria, encontrando a equação de Stuart-Landau, e, em seguida, considerando um sistema estendido no espaço. A energia de um oscilador harmônico é expressa pela equação abaixo, onde é a energia, e a coordenada e seu respectivo momento, é a massa e a frequência angular

Ao realizar as seguintes mudanças de variáveis, e , a equação da energia produz trajetórias circulares no espaço de fase de e

Essa é uma importante simetria do oscilador harmônico linear, resultando que a sua energia é proporcional ao quadrado da amplitude de oscilação, não dependendo da fase. Isso sugere uma motivação, qual é o menor termo não linear que pode ser adicionado de modo a preservar essa simetria. Para tanto, o estado do sistema será descrito em coordenadas polares, onde é a amplitude e a fase

Define-se, então, a variável complexa , portanto a equação acima pode ser reescrita como

Ao realizar a transformação de variável , com , a equação acima permanece inalterada. Ou seja, a equação é invariante a rotações. Então, busca-se uma função não linear tal que

também seja invariante a rotações.

Então, perante às transformações e , a função deve satisfazer

para que seja possível fatorar o termo responsável pela rotação e obter novamente a equação original.

Considerando pequenas oscilações, é possível expandir em potências de e até a menor ordem possível que satisfaça a condição e que introduza uma não linearidade à equação. Com isso, obtém-se

Utilizando o resultado encontrado e expressando em coordenadas polares por meio de

Em seguida, muda-se para o referencial que gira com a mesma frequência do oscilador harmônico por meio da definição de . As novas equações obtidas são

Para encontrar a amplitude estacionária, pode-se tomar na equação, o que resulta na solução trivial e . Então, para que exista uma amplitude estacionária não nula, os sinais de e de devem ser opostos. Além disso, por inspeção observa-se que, caso e , pequenos valores de amplitude irão diminuir e grandes valores de amplitude irão aumentar, o que indica que a solução estacionária não trivial será instável. Portanto, define-se para , , com e . Por fim, ao voltar para a representação no plano complexo, chega-se em

Esta é a equação de Stuart-Landau. Para obter a equação complexa de Ginzburg-Landau, é necessário considerar um sistema espacialmente extenso, em que cada ponto é um oscilador modelado pela equação acima. Para isso, é adicionado um termo proporcional ao laplaciano de A, , cujo significado fica evidente ao discretizar a função. Ele computa a diferença de no sítio em questão com relação à média dos sítios vizinhos, resultando em uma tendência de pontos próximos oscilarem com amplitudes e fases semelhantes. Ao adicionar esse novo termo e redefinir as constantes de modo a reduzi-las sem perder as características importantes do sistema, chega-se na equação complexa de Ginzburg-Landau

Método FTCS

Para estudar o comportamento das soluções foi utilizados o método FTCS(Foward-Time Central-Space) explícito que consiste em discretizar o domínio temporal e o espacial da equação, resolvemos as derivadas espaciais por uma aproximação dos pontos vizinhos ao ponto que queremos encontrar, enquanto atualizamos a parte temporal, também por uma aproximação como na parte espacial, porém fazemos por diferenciação entre a taxa de variação (solução futura) e a solução atual. A partir da CGLE em duas dimensões:

para

Aplicamos o método da seguinte maneira:

Agora reorganizando a equação para deixar o tempo futuro na esquerda e o tempo atual na direita e considerando que os passos na direção x tem o mesmo tamanho do que os na direção y (), chegamos em :

Figura 2 - Condições de contorno periódicas em duas dimensões.

Para as condições de contorno foram utilizados condições periódicas tal que na região de x usamos que quando

i=L+1 estaremos em i=1.

e para y, da mesma forma,

j=L+1 temos que j=1.

A figura 2 é a representação gráfica dessas condições.

Soluções

Figura 3 - Diagrama de fase para soluções da CGLE [3].

A partir da variação dos parâmetros e temos regiões que implicam em diferentes soluções para a CGLE, nossa ideia central foi começar com condição inicial de onda plana, que em teoria tende a se manter como onda plana, e perturbar essa solução, dependendo da região em que estamos no diagrama de fase a perturbação nos levara para diferentes tipos de solução sendo as principais:

  • Soluções de onda plana estável
  • Soluções de onda plana instável

que são delimitadas pela condição de Benjamin-Feir-Newell, que descreve a linha BFN no diagrama de fase, a condição para instabilidade é descrita por , ou seja, acima da linha temos soluções estáveis e abaixo soluções instáveis. Outras soluções que podem ser encontradas são soluções de turbulência, para fase e para a amplitude,

condição tipos de espirais Linha OR, interação entre espirais.

esquerda de T dinâmico turbulento, direita "congelado".

L limite da turbulência de fase

Eckhaus-stability boundary EI

boundary of absolute stability AI


Quando definimos as condições iniciais de onda plana como um seno e um termo perturbando as oscilações em , com , do diagrama de fase em (figura 3) o sistema apresenta simetria entre as espirais no gráfico da parte real e também percebemos a presença de defeitos no módulo de (figura 4). Os defeitos, caracterizados pela presença de um ponto nulo no módulo da amplitude, nao se anularam pois os parametros e encontram-se em uma região de instabilidade convectiva (formação de espirais bem definidas).

Figura 4 -.Liquidos de VorticesFigura 5 -.Modulo para Liquidos de Vortices

Partindo das mesmas condições iniciais anteriores porém em uma região onde , , denominada Vidro de Vórtices, o padrão de espirais muda, a simetria é perdida e algumas apresentam comportamento "dominante?". Outra característica é a presença de maior número de células de defeitos que são "empurradas" pelas células maiores provenientes das grandes espirais. É interessante ressaltar que os pontos defeitos se anulam somente aos pares.

Figura 6 -.Vidro de VorticesFigura 7 -.Modulo para Vidro de Vortices

Por fim, na região chamada de Turbulência de Amplitude , à direita da linha AI nao encontramos espirais, as células de defeitos não se formam e temos apenas um comportamento caótico no módulo e na fase da Amplitude.


Figura 8 -.Turbulencia de AmplitudeFigura 9 -.Modulo para Turbulencia de Amplitude

Referências

[1] García-Morales, V., & Krischer, K. (2012). The complex Ginzburg–Landau equation: an introduction. Contemporary Physics, 53(2), 79–95. https://doi.org/10.1080/00107514.2011.642554

[2] H. Riecke, (2021). Methods of Nonlinear Analysis

[3] Igor S. Aranson, Lorenz Kramer, (2001). The World of the Complex Ginzburg-Landau Equation

[4] Cross, M., & Greenside, H. (2009). Pattern Formation and Dynamics in Nonequilibrium Systems. Cambridge University Press.

[5] Hugues Chaté, Paul Manneville (1996). Phase diagram of the two-dimensional complex Ginzburg-Landau equation. Physica A: Statistical Mechanics and its Applications