O lançamento oblíquo é um clásico problema da mecanica, onde um projétil e lançado com velocidade inicial em uma direção que faz um angulo com a horizontal. Nesse casso iremos considerar o movimento com arrasto em que a força de resistencia do ar é oposta ao movimento e proporcional a velocidade
O objetivo é descrever o movimento do projétil em duas dimensões, levando em consideração tanto a força da gravidade quanto a resistência do ar então adicionar um termo de ruido no sistema e analizar seu comportamento.
Equações de Movimento
Começamos decompondo as velocidades nas direções x e y
Para as equações de movimento usamos a segunda lei de Newton nas componentes horizontais e verticais
onde:
- é a massa do projétil
- é a aceleração da gravidade
- é o coeficiente de arrasto
Introduzindo e podemos reescrever as equações como diferenciais de primeira ordem.
Essas E.D. possuem solução analitica bastando integrar nos limites adequados. A integração numérica por Euler é dirta a partir das relações a cima e nos da uma trajetoria para comparação quando adicionar o termo de ruido:
Utilizando as seguintes condições iniciais e podemos atualizar a posição
Para modelar o ruído produzido pela densidade do ar, consideramos dois regimes. No primeiro, assumimos que a densidade é constante ao longo da trajetória, ou seja, e, portanto, trataremos o problema como uma EDE com ruído aditivo, onde . Na segunda situação, consideramos que a densidade varia com a altitude do projétil, seguindo a relação e, nesse caso, abordaremos como uma EDE com ruído multiplicativo, onde .
Equação diferencial estocástica
A equação diferencial estocástica a ser resolvida é:
Caso o termo for uma constante, exemplo em que a densidade do ar não muda significativamente, o ruído é dito aditivo. Então, a integração da equação é direta, resultando em:
onde é o incremento de Wiener, um processo estocástico com distribuição gaussiana de largura .
Entretanto, quando o termo depende do processo estocástico, o ruído é dito multiplicativo e devemos utilizar um cálculo estocástco especial, por exemplo o cálculo de Itô e de Stratonovich.
No cálculo de Stratonovich, as regras de integração, diferenciação, mudança de variáveis, etc se mantém as mesmas do cálculo usual, e a equação é escrita como:
com o detalhe que o argumento de é, na realidade, cálculado na média de X entre os limites do intervalo de integração. Ou seja, ao escrever a equação em diferenças finitas, obtém-se:
Ao subsituir os valores de e de na equação acima, chega-se em:
Agora, é necessário explicitar na equação acima, porém a dependência de não é linear em relação à altura, o que torna inviável esse procedimento.
Com isso, a atenção volta-se para o cálculo de Itô, dado por:
Resultados