Equação de Klein-Gordon
INTRODUÇÃO
A equação de Klein-Gordon é uma das equações fundamentais na teoria quântica relativística. Ela descreve partículas escalares (partículas sem spin, como os bósons de Higgs) e é uma extensão relativística da equação de Schrödinger, incorporando a relação de energia relativística de Einstein . A equação é nomeada em homenagem a Oskar Klein e Walter Gordon, que a formularam independentemente. De maneira geral, a equação pode ser escrita como:
onde é chamado operador de d'Alambert.
Abrindo a equação, é obtido:
(em uma dimensão)
Inicialmente, a equação pode ser interpretada como uma equação de um campo escalar que pode ser quantizado, onde é introduzido um campo quantico que é descrito por partículas sem spin. No reino da física de partículas, as interações eletromagnéticas podem ser incorporadas formando o tópico da eletrodinâmica escalar, por exemplo. Entretando, a solução da equação não pode ser interpretada diretamente como a densidade de probabilidade vista na equação de Schrodinger, em vez disso, a densidade de probabilidade relativística é definida usando uma corrente de probabilidade associada. Na mecânica quântica relativística, a função de onda é usada para descrever o estado de uma partícula no espaço-tempo.
MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS
O método das diferenças finitas é uma técnica numérica amplamente utilizada para resolver EDPs. Ele envolve a discretização das variáveis contínuas (geralmente no tempo ou no espaço), transformando as equações diferenciais em sistemas algébricos que podem ser resolvidos numericamente. Os primeiros passos para utilizar o método é fazer a discretização no tempo e no espaço. Para uma equação no tempo você discretiza o tempo em intervalos criando uma sequência de pontos . Para uma equação no espaço você discretiza o espaço em intervalos criando uma sequência de pontos . Depois de discretizar o espaço e o tempo, as derivadas contínuas são aproximadas por diferenças finitas. Isso envolve substituir as derivadas por aproximações baseadas nos valores de uma função nos pontos discretos:
e para o tempo.
para o espaço.
Na equação de Klein-Gordon, escrevemos desta o método das diferenças finitas:
ou seja:
isso nos leva a equação final:
chamarei e
portanto,
ou, mais usualmente:
CRITÉRIO DE ESTABILIDADE
Forma Contínua e Discretização: A equação de Klein-Gordon contínua é:
A forma discreta, usando diferenças finitas centralizadas no tempo e no espaço, é: Aqui, definimos os coeficientes:
Suposição de Solução Harmônica: Substituímos uma solução da forma: onde:
na equação:
Simplificação:
Como e , o termo centralizado se torna: Usando , temos: Substituímos isso na equação e cancelamos o fator , que nunca é zero:
Simplificando mais, obtemos:
Equação Característica: Assumimos uma solução na forma de uma equação quadrática :
Condição de Estabilidade: Para estabilidade, as raízes de devem satisfazer . Isso leva ao critério:
Conclusão Matemática: A condição garante que os termos oscilatórios na solução não crescem exponencialmente. Essa análise também mostra que:
Quanto menor o passo de tempo , mais precisa e estável é a solução. A relação entre os passos de tempo e espaço é crucial: aumentar muito sem ajustar pode levar à instabilidade.
C.C e C.I
Condições iniciais e condições de contorno são fundamentais para a resolução da equação, já que elas ditam o comportamento da função oa longo do tempo e ao longo do espaço, para plotar a evolução temporal, utilizarei as seguintes condições iniciais e de contorno:
que define um pulso gaussiano como condição inicial.
e que define que, no instante de tempo t=0, a função não possui velocidade inicial, o que implica que o pulso está parado inicialmente e sua evolução se deve pela propagação de flutuações espaciais.
Nesta condição, A é a altura do pulso, é a posição central do pulso e é a largura do pulso.
Utilizarei também as condições de contorno em que e o que garante que a função 'morra' nas pontas.
Utilizando estas condições iniciais e condições de contorno, foi feito um gif que mostra a evolução temporal da equação de Klein-Gordon utilizando o método das diferenças finitas:
Localização Inicial: No gráfico mostrado, tem um pico bem definido, o que sugere que a partícula está localizada inicialmente em torno de um ponto central no espaço. Isso significa que a probabilidade da partícula estar presente é maior nessa região (em torno do pico), e diminui nas bordas. No gráfico mostrado acima, tem um pico bem definido, o que sugere que a partícula está localizada inicialmente em torno de um ponto central no espaço. Isso significa que a probabilidade da partícula estar presente é maior nessa região (em torno do pico), e diminui nas bordas.
Código utilizadi
import numpy as np import matplotlib.pyplot as plt from matplotlib.animation import FuncAnimation
- Parâmetros gerais
L = 10.0 # Comprimento da simulação Nx = 100 # Número de pontos espaciais dx = L / Nx # Passo espacial T_max = 30 # Tempo máximo de simulação m = 1.0 # Massa da partícula c = 1.0 # Velocidade da luz hbar = 1.0 # Constante de Planck reduzida
- Parâmetros para o pulso gaussiano
A = 1.0 # Amplitude do pulso x0 = L / 2 # Posição central do pulso sigma = 0.5 # Largura do pulso
- Discretização espacial
x = np.linspace(0, L, Nx)
- Função de onda inicial: pulso gaussiano
phi_0 = A * np.exp(-((x - x0)**2) / (2 * sigma**2)) dphi_0 = np.zeros(Nx) # Derivada inicial nula
- Parâmetros para estabilidade
alpha_stable = 0.5 # Valor estável para alpha (c * dt / dx) dt_stable = alpha_stable * dx / c alpha_unstable = 1.5 # Valor instável para alpha (c * dt / dx) dt_unstable = alpha_unstable * dx / c
Nt_stable = int(T_max / dt_stable) Nt_unstable = int(T_max / dt_unstable)
- Função para evolução temporal
def evolve_wave(dt, Nt):
phi = np.zeros((Nt, Nx)) phi[0, :] = phi_0 phi[1, :] = phi_0 + dt * dphi_0
for n in range(1, Nt-1): for i in range(1, Nx-1): phi[n+1, i] = 2 * phi[n, i] - phi[n-1, i] + (dt**2) * ( (phi[n, i+1] - 2 * phi[n, i] + phi[n, i-1]) / dx**2 - (m**2 * c**2 / hbar**2) * phi[n, i] )
return phi
- Evoluir para casos estável e instável
phi_stable = evolve_wave(dt_stable, Nt_stable) phi_unstable = evolve_wave(dt_unstable, Nt_unstable)
- Inicializando o gráfico
fig, ax = plt.subplots(2, 1, figsize=(10, 8))
- Estável
def update_stable(frame):
ax[0].cla() ax[0].plot(x, phi_stable[frame, :], label=f'Tempo: {frame * dt_stable:.2f}s') ax[0].set_title("Evolução Estável") ax[0].set_xlim(0, L) ax[0].set_ylim(-1.5, 1.5) ax[0].legend()
- Instável
def update_unstable(frame):
ax[1].cla() ax[1].plot(x, phi_unstable[frame, :], label=f'Tempo: {frame * dt_unstable:.2f}s') ax[1].set_title("Evolução Instável") ax[1].set_xlim(0, L) ax[1].set_ylim(-1.5, 1.5) ax[1].legend()
- Função de inicialização
def init():
for a in ax: a.clear() return ax
- Atualização combinada para animação
def update(frame):
update_stable(frame) update_unstable(frame) return ax
- Criando a animação
frames_stable = range(0, Nt_stable, max(1, Nt_stable // 150)) frames_unstable = range(0, Nt_unstable, max(1, Nt_unstable // 150)) ani = FuncAnimation(fig, update, frames=min(len(frames_stable), len(frames_unstable)), init_func=init, blit=False)
- Salvando as animações
fig.tight_layout() ani.save('klein_gordon_stable_vs_unstable.gif', writer='pillow', fps=30)
plt.show()